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Desemprego segue como principal causa da inadimplência
Levantamento da empresa mostra também que 63% dos consumidores inadimplentes possuem três ou mais contas em atraso
A principal causa da inadimplência no primeiro semestre de 2022 seguiu sendo o desemprego, indica pesquisa da Boa Vista. Esse foi o motivo apontado por 28% dos consumidores entrevistados, contra 27% no segundo semestre de 2021.
Em segundo lugar aparece a diminuição da renda, apontada por 24% dos entrevistados. “O desemprego é historicamente a principal causa da negativação, e segue como tal apesar das taxas estarem diminuindo nos últimos meses segundo o IBGE”, diz Flavio Calife, economista da Boa Vista.
O estudo foi feito com 1,5 mil pessoas em todo o país. A Boa Vista também questionou quantas contas o consumidor com restrições possui em atraso. A maioria, 63%, possui três ou mais contas em atraso, sendo que 86% desses consumidores estão há mais de 90 dias inadimplentes.
Em relação ao valor das dívidas, 56% dos consumidores endividados relataram que elas são de pelo menos R$ 3 mil. Na pesquisa anterior, estes eram 51%. “Os dados apontam que o consumidor brasileiro continua enfrentando sérias dificuldades para quitar sua dívida atrasada de forma rápida, além de acabar atrasando outros compromissos financeiros”, comenta Calife.
Para a maioria dos consumidores inadimplentes (23%), as contas cujo não pagamento resultou em restrição ao CPF foram as chamadas contas diversas, que englobam gastos com educação, saúde, impostos e taxas, lazer e outras despesas. Em segundo lugar, aparecem os gastos com alimentação, com 18%.
As contas atrasadas foram contraídas pelos seguintes meios de pagamento: cartão de crédito (27%), boleto (26%) e cartão de loja (14%).
VAI PAGAR QUANDO?
Entre os endividados, 22% disseram que pagariam a dívida nos 30 dias seguintes, enquanto a maioria (30%), esperava conseguir pagar em um prazo de 30 a 90 dias. Outros 20% entre 90 e 180 dias e 28% em um período acima de 180 dias.
Já 38% dos consumidores disseram que iriam conseguir pagar o valor total da dívida, enquanto 62% pretendiam fazer uma renegociação do valor atrasado.
Entre os consumidores com restrições, 33% procuraram ajuda financeira nos bancos. Já os que buscaram ajuda em financeiras foram 28%, e com parentes e familiares foram 23%, seguidos por 16% que buscaram dinheiro para pagar as contas com amigos ou colegas.
Em média, apenas 19% dos consumidores que buscaram apoio conseguiram o fôlego financeiro pretendido.